Acabando a primeira parte dos estudos,
que é mais bioquímica, mas da qual não podemos fugir, vamos entrar mais na
fisiologia. Para que tenhamos energia para desempenhar os exercícios temos três
fontes: carboidrato, gordura e proteína. Somente o carboidrato pode ser
degradado sem a participação direta do oxigênio.
O
carboidrato ingerido vira açúcar e o açúcar estocado no nosso corpo é chamado
de glicogênio. O açúcar entra na corrente sanguínea, onde pode ser usado
diretamente (glicólise) ou estocado ao entrar na célula do músculo e fígado, sendo chamado
de glicogênio. A quebra de glicogênio é chamada de glicogenólise que é a fonte
de energia quando precisamos nos exercitar em intensidade alta por poucos
segundos a minutos.
A entrada
de glicose na célula depende de diversos fatores, incluindo o tipo de tecido,
os níveis de glicose no sangue e no tecido, a presença de insulina (hormônio
que retira o açúcar do sangue) e o estado fisiológico do tecido. Muitos
tecidos, com exceção do músculo, precisam da insulina para captar a glicose. O
cérebro também capta grande quantidade de glicose mesmo em pequenas quantidades
de insulina. Nas células de gordura, a glicose estimula a síntese de
gordura.
Como vimos
anteriormente aqui, a quebra do açúcar forma somente 2 ATPs, e quando o glicogênio é quebrado
para virar glicose mais um ATP é formado. Então,
embora a quebra do glicogênio muscular seja chamada de uma via ineficiente por
formar somente pequena quantidade de energia, o músculo esquelético pode
quebrar essa glicose rapidamente e produzir grandes quantidades de ATPs em um
pequeno período de tempo.
No
jejum o glicogênio estocado também é quebrado e o fígado pode sofrer um
completo esgotamento do glicogênio estocado. Esse glicogênio hepático tem como
função manter a concentração sanguínea de glicose entre as refeições,
assegurando o suprimento de glicose para o cérebro, para as células sanguíneas
e para os rins. Como vimos, no fígado o lactato é convertido em glicogênio pelo
ciclo de cori.
No exercício a quebra do glicogênio
(glicogenólise hepática) providencia a principal fonte de energia e sua
depleção está associada à fadiga. Por isso, ingerir carboidrato antes do
exercício tem demonstrado uma melhoria no rendimento. Já a glicose estocada no músculo
também contribui como fonte de energia, mas vai depender da intensidade
* Quaisquer dúvidas e sugestões deixe
seu comentário ou mande um email helenasmoraes@gmail.com
** Para este post usei o livro do Brooks:
Exercise physiology: human bioenergetics ans its apllications
Helena, a utilização de carboidratos antes do exercício não resultam em hipoglicemia de rebote? Ao invés disso, não seria mais interessante utilizá-lo durante o exercício, já que a glicose sanguínea pode ser utilizada diretamente durante o exercício?
ResponderExcluirOi Marcello Barbosa, sua colocação é importantíssima, muito bem colocado. A hipoglicemia de rebote ocorre sim, mas vai depender de diversos fatores. Nesta colocação do brooks não está especificado quantos minutos antes do exercício ou mesmo a quantidade e qualidade do carboidrato. Veja nesse artigo http://www.scielo.br/pdf/rbme/v12n4/05.pdf que nem sempre ela ocorre. Enfim, acho que esse assunto merece um post, especificando estas questões! Muito obrigada pelo seu comentário,
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