(Pessoal, se
vcs seguirem o blog desde o primeiro post, no qual eu falei sobre ATP fica mais
fácil a compreensão de todos os posts posteriores, então vamos continuar
falando de metabolismo..). Comparado ao metabolismo de carboidrato, a
utilização de gordura para energia é um processo mais lento, porém são capazes
de fornecer grandes quantidades de energia durante o exercício. O catabolismo
de gordura é um processo puramente aeróbico, e ocorre no coração e nas fibras
musculares esqueléticas vermelhas. Já que o processo de utilização dos lipídios
é complicado, sua utilização ocorre durante exercícios de intensidade baixa e
moderada.
A fonte importante
de energia nos compostos químicos classificados como gordura são os
triglicerídeos, que são armazenados nas células adiposas e no interior e entre
as fibras musculares esqueléticas. A utilização dos lipídios começa no tecido
adiposo e termina na mitocôndria do músculo esquelético, e ocorre nas seguintes
fazes: mobilização, circulação, consumo, ativação, translocação, beta-oxidação
e oxidação.
Mobilização e
circulação
A mobilização da gordura
começa com a quebra de sua molécula no tecido adiposo pela enzima lipase e pela
lipase hormônio-sensível. Além do tecido adiposo também há gordura
intramuscular. Ao ser quebrada, libera uma molécula de glicerol e três de
ácido graxo. O glicerol é conduzido ao fígado e fosforilado pela
glicerol-cinase. Dependendo de vários fatores ele pode ser metabolizado ou
usado na síntese de outros lipídeos ou glicose. Se for metabolizado será
convertido em glicerol-3P, consequentemente em diidroxiacetona- P e enfim em
gliceraldeído 3-P. O metabolismo desse composto em piruvato já foi visto no
processo de glicólise.
Já as moléculas de ácido graxos por
serem insolúveis no sangue precisam de uma proteína transportadora, a albumina. Ao chegar no músculo
ela se liga ao seu receptor (fatty acid binding protein).
Ativação e translocação
Agora o metabolismo é, portanto,
intracelular. A gordura entrou na célula muscular (no citoplasma). Antes de ser
oxidada ocorre sua ligação com CoA formando acil-coa, que para entrar na
mitocôndria, onde será oxidada, é necessário um novo carreador, chamado L-carnitina.
beta-oxidação
Na matriz da mitocôndria ocorre a
beta-oxidação. A molécula acil-coa é degradada para acetilcoa (ciclo de Lynen)
. Nesse processo há a formação de FADH2 e NADH. A acetilcoa, como vimos
anteriormente entra no ciclo de Krebs e o FADH e NAH na cadeia de transporte de
elétrons.
Cada tipo de
ácido graxo livre vai produzir uma pequena diferença no número de ATPs por
acrescentar ou reduzir um processo enzimático. Vamos ver o exemplo do
ácido palmítico, que é um ácido graxo abundante e bem comentado nos livros de
fisiologia. Vamos computar quantos ATPs ele produz:
Cada volta do ciclo de Lynen há a produção de 1 FADH2 e 1 NADH, 1
acetil-coA e 1 acil-coA com dois átomos de carbono a menos que o ácido graxo
original. O ácido palmítico por ter 16 átomos de carbono dá sete voltas nesse
ciclo para ser totalmente oxidado. Como o número de átomos de carbono é par, na
última volta inicia-se com uma acil-CoA de quatro carbonos e são produzidas 2
acetil-CoA. No total são produzidos 8 acetil-CoA. A oxidação de cada acetil-CoA
no ciclo de Krebs origina 3 NADH, 1 FADH2 e 1 GTP. Pela fosforilação
oxidativa formam 3 e 2 ATPs, respectivamente. No total são formados 131
ATPs, que descontando o gasto inicial na reação de ativação do ácido graxo com
a quebra de 2 ATPs, são gerados 129 ATPs!
Assim,
comprovamos que o metabolismo de gordura é um processo demorado, porém com
maior produção de energia comparado ao metabolismo de glicose.
** Além dos livros de fisiologia que eu já dei as referências anteriormente, sugiro também esse site para leitura http://www.ufpel.edu.br/iqg/db/ana_chaves.htm
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