Vamos entender agora como conseguimos formar ATP
através da glicose? Durante o exercício a entrada de glicose para a célula é
facilitada pela insulina. Ao entrar na célula, a molécula de glicose é quebrada
(processo chamado de glicólise) liberando energia para formar ATPs. Entretanto,
todo o processo de glicólise é um pouco mais complexo.
A glicólise ocorre no citosol da célula, sendo a primeira etapa
chamada de fase de preparação. Na primeira etapa, a enzima hexoquinase faz a
fosforilação da glicose, ou seja, fornece um fosfato para a molécula de
glicose, impedindo que a glicose saia da célula. É importante ressaltar que todas
as enzimas quinases (ou cinases) tem esse papel, fornecer um radical fosfato a
uma determinada molécula. Nesse caso, a hexoquinase quebra uma molécula de ATP
e fornece um fosfato do ATP para a glicose. Consequentemente nesse primeiro
processo ocorre um gasto energético.
Como mostrado na figura acima, uma nova molécula é,
portanto, formada, a glicose 6-fosfato, que recebe esse nome, pois uma molécula
de glicose tem 6 átomos de carbono e devido ao fosfato adicionado. Essa
primeira etapa é chamada de fosforilação da glicose.
A segunda etapa é chamada de isomerização da glicose, na qual a
glicose é transformada em seu isômero. Isômeros são compostos com a mesma forma
molecular, mas com estruturas diferentes. No caso da glicose, o isômero é a
frutose. Assim, não há nenhuma perda de carbono ou fosfato, apenas um rearranjo
da molécula.
Agora, na terceira etapa, mais uma quinase entra em
ação, a fosfofrutoquinase 1 (PFK1), que irá fosfatar a frutose, através da
quebra de mais uma molécula de ATP, formando a frutose-1,6-difosfato.
Na quarta etapa a frutose 1,6 difosfato é quebrada ao meio
formando duas trioses, ou seja duas moléculas com três carbonos, mas ligeiramente diferentes, devido a localização dos
fosfatos (veja na figura abaixo)
Pois bem, essas duas moléculas
chamam-se dihidroxiacetona fosfato, uma cetose e gliceraldeído
3-fosfato, uma aldose. A enzima que faz essa ação é a frutose-1,6-biofosfato
aldose. Na quinta etapa mais uma isomerase entra em ação, transformando a
dihidroxicetona em gliceraldeído 3-fosfato.
Temos, então, duas moléculas de gliceraldeído
3-fosfato prontinhas para formarem ATPs (porque até agora não houve nenhuma
formação de ATPs, somente 2 foram gastos). Por isso as fases a partir de agora
(da sexta a décima) são chamadas de "fase de pagamento."
Na sexta etapa cada molécula de gliceraldeído
3-fosfato sofre oxidação (na química oxidação não significa necessariamente
ganhar oxigênio, e sim perder elétrons!!!), pela enzima gliceraldeído-3-fosfato
desidrogenase, doando hidrogênios para o NAD (Nicotinamide Adenine Dinucleotide),
formando NADH. Além disso, ocorre outra reação, através de uma ligação
fosfoéster, um fosfato inorgânico (fosfato livre) é adicionado ao gliceraldeído
3-fosfato, formando o 1,3-difosfoglicerato.
O 1,3-difosfoglicerato tem, portanto, dois fosfatos.
E, como 2 moléculas de gliceraldeído foram formadas temos agora duas moléculas
de 1,3-difosfoglicerato com a formação de 2 NADH.
Agora sim, temos energia para formar ATPs. Entra em
cena uma quinase (fosfoglicerato quinase) transferindo um grupo fosfato para o
ADP, e o primeiro ATP é formado. Passando de 1,3-difosfoglicerato para
3-fosfoglicerato, que rapidamente é transformado em 2-fosfoglicerato por uma
enzima chamada fosfoglicerato mutase que transfere o grupo fosfato do carbono 3
para o carbono 2.
Na nona e penúltima reação, a enzima emolase remove
uma molécula de água, criando uma ligação dupla rica em elétrons próximo ao
grupo fosfato. Veja na figura abaixo
- Saldo da glicólise:
Fase preparatória: gasto de 2 ATPFase de pagamento: produção de 4 ATPSaldo positivo de 2 ATPAlém disso, os 2 piruvatos formados podem formar lactato ou entrar na via aeróbia (no ciclo de Krebs, formando mais ATPs), as quais veremos a seguir.Qualquer dúvida ou sugestão deixe um comentário ou me mande um email helenasmoraes@gmail.com- Saldo da glicólise:
Parabéns! Muito bem explicado! ajudou demais!
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