quinta-feira, 4 de abril de 2013

Consumo de carboidrato antes do exercício

                  O consumo de carboidratos antes e durante o exercício é um tema bastante discutido e com resultados científicos ainda inconclusivos, mas vamos ver quais são as evidências científicas. 
             Vimos aqui sobre o metabolismo de carboidrato e sua eficiência como fornecedor de energia para a realização de exercícios. Por isso, o consumo de carboidratos com o objetivo de aumentar o estoque dessa fonte de energia para otimizar sua utilização parece ser necessária.
              Os carboidratos podem ser simples e complexos. Os carboidratos simples são os monossacarídeos, como a glicose e a frutose, e os dissacarídeos, como a sacarose, maltose e lactose. Eles são digeridos e absorvidos rapidamente, formando glicose e aumentando os níveis de insulina no sangue. Já os complexos, como os polissacarídeos, integrais, por exemplo, demoram a serem quebrados e, portanto não elevam rapidamente os níveis de insulina. 
Essa figura mostra de uma forma bem didática como um carboidrato de maior cadeia (complexa) precisa ser  quebrado para ser digerido e absorvido, sendo estas de absorção lenta.
         Consumidos antes do exercício, os carboidratos simples podem não ser muito eficientes. Eles elevam os níveis de açúcar no sangue (glicemia), consequentemente o de insulina (hormônio que retira esse açúcar do sangue) e logo após uma hipoglicemia, chamada hipoglicemia de rebote. Essa hipoglicemia parece ocorrer quando são ingeridos estes carboidratos entre 15 e 45 minutos antes do exercício. Entretanto, embora a hipoglicemia aconteça, um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do sul mostrou que isso não quer dizer que irá ocorrer uma piora no desempenho do atleta. Portanto, alterações no desempenho irão depender também da tolerância dos atletas à hipoglicemia. 
                Por outro lado, a suplementação de carboidrato durante o exercício pode não contribuir para a hipoglicemia de rebote. Isso ocorre porque durante o exercício pode haver um aumento na permeabilidade da fibra muscular, diminuindo a necessidade da insulina. Durante a atividade muscular, os receptores de insulina também são alterados. É importante observar que os melhores resultados são observados entre 3 e 4 horas de exercício.
A relação entre insulina e exercício será discutida no próximo post.

Fonte para esse post: Fisiologia do exercício. Wilmore & Costill
                                     Sapata et al., 2006. Revista Brasileira de Medicina do 
                                     esporte. Vol 12 n.4

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