segunda-feira, 4 de março de 2013

Metabolismo de gordura

             (Pessoal, se vcs seguirem o blog desde o primeiro post, no qual eu falei sobre ATP fica mais fácil a compreensão de todos os posts posteriores, então vamos continuar falando de metabolismo..). Comparado ao metabolismo de carboidrato, a utilização de gordura para energia é um processo mais lento, porém são capazes de fornecer grandes quantidades de energia durante o exercício. O catabolismo de gordura é um processo puramente aeróbico, e ocorre no coração e nas fibras musculares esqueléticas vermelhas. Já que o processo de utilização dos lipídios é complicado, sua utilização ocorre durante exercícios de intensidade baixa e moderada.
             A fonte importante de energia nos compostos químicos classificados como gordura são os triglicerídeos, que são armazenados nas células adiposas e no interior e entre as fibras musculares esqueléticas. A utilização dos lipídios começa no tecido adiposo e termina na mitocôndria do músculo esquelético, e ocorre nas seguintes fazes: mobilização, circulação, consumo, ativação, translocação, beta-oxidação e oxidação.

Mobilização e circulação
            A mobilização da gordura começa com a quebra de sua molécula no tecido adiposo pela enzima lipase e pela lipase hormônio-sensível. Além do tecido adiposo também há gordura intramuscular. Ao ser quebrada, libera  uma molécula de glicerol e três de ácido graxo. O glicerol é conduzido ao fígado e fosforilado pela glicerol-cinase. Dependendo de vários fatores ele pode ser metabolizado ou usado na síntese de outros lipídeos ou glicose. Se for metabolizado será convertido em glicerol-3P, consequentemente em diidroxiacetona- P e enfim em gliceraldeído 3-P. O metabolismo desse composto em piruvato já foi visto no processo de glicólise


Já as moléculas de ácido graxos por serem insolúveis no sangue precisam de uma proteína transportadora, a albumina. Ao chegar no músculo ela se liga ao seu receptor (fatty acid binding protein). 

Ativação e translocação
         Agora o metabolismo é, portanto, intracelular. A gordura entrou na célula muscular (no citoplasma). Antes de ser oxidada ocorre sua ligação com CoA formando acil-coa, que para entrar na mitocôndria, onde será oxidada, é necessário um novo carreador, chamado L-carnitina. 





beta-oxidação
       Na matriz da mitocôndria ocorre a beta-oxidação. A molécula acil-coa é degradada para acetilcoa (ciclo de Lynen) . Nesse processo há a formação de FADH2 e NADH. A acetilcoa, como vimos anteriormente entra no ciclo de Krebs e o FADH e NAH na cadeia de transporte de elétrons. 









Cada tipo de ácido graxo livre vai produzir uma pequena diferença no número de ATPs por acrescentar ou reduzir um processo enzimático. Vamos ver o exemplo do ácido palmítico, que é um ácido graxo abundante e bem comentado nos livros de fisiologia. Vamos computar quantos ATPs ele produz:
Cada volta do ciclo de Lynen há a produção de 1 FADH2 e 1 NADH, 1 acetil-coA e  1 acil-coA com dois átomos de carbono a menos que o ácido graxo original. O ácido palmítico por ter 16 átomos de carbono dá sete voltas nesse ciclo para ser totalmente oxidado. Como o número de átomos de carbono é par, na última volta inicia-se com uma acil-CoA de quatro carbonos e são produzidas 2 acetil-CoA. No total são produzidos 8 acetil-CoA. A oxidação de cada acetil-CoA no ciclo de Krebs origina 3 NADH, 1 FADH2 e 1 GTP. Pela  fosforilação oxidativa formam 3 e 2 ATPs, respectivamente.  No total são formados 131 ATPs, que descontando o gasto inicial na reação de ativação do ácido graxo com a quebra de 2 ATPs, são gerados 129 ATPs!





Assim, comprovamos que o metabolismo de gordura é um processo demorado, porém com maior produção de energia comparado ao metabolismo de glicose.


** Além dos livros de fisiologia que eu já dei as referências anteriormente, sugiro também esse site para leitura http://www.ufpel.edu.br/iqg/db/ana_chaves.htm

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