terça-feira, 29 de outubro de 2013

cortisol e exercício físico

O cortisol é um hormônio esteróide, portanto, age dentro da célula. Seu receptor está situado no citoplasma e quando se liga ao hormônio, migra para o núcleo da célula, especificamente em receptores na região promotora do DNA. Sua função é, basicamente, preparar o corpo para reações de luta e fuga, por isso considerado o hormônio do estresse. Mediante uma situação estressante, ou até mesmo um pensamento estressante, nosso corpo libera cortisol do córtex da adrenal. Esta liberação é realizada pelo eixo hipotálamo-hipófise (ou pituitária)-adrenal. Assim, podemos ver que a sinalização parte do cérebro para a periferia. 

Após a cessação do estímulo estressante, o cortisol não é mais liberado devido o sistema de feedback negativo. Esse sistema permite que não tenhamos níveis hormonais de determinados hormônios em demasia. Funciona assim: em todo eixo HPA existem receptores de cortisol, e quando o cortisol se liga a esses receptores ele o inibe, assim não há mais liberação de cortisol pela adrenal. Outras áreas do cérebro também recebem esse cortisol, como o hipocampo e o córtex pré-frontal, e também podem 'desligar' esse eixo.




O exercício físico é um estresse, afinal faz com que o nosso corpo saia da homeostase. Para se reequilibrar numa situação que não é a de repouso, o nosso corpo libera cortisol. O cortisol tem ação antagônica à insulina, aumenta a pressão arterial, inibe o sistema gastrointestinal e reprodutivo. Também regula o sistema imunológico. Todas essas alterações permitem a ação de luta e fuga, e por isso é tão importante sua liberação durante o exercício físico. Porém, como podemos ver na literatura científica, para que haja grande liberação de cortisol,  é necessária uma intensidade alta de exercício e uma longa duração. Nós realizamos uma revisão sistemática para observar se os estudos com idosos também mostram os mesmos resultados, mas parece que para os idosos este resultado é bem controverso. 


Com o treinamento físico, o eixo HPA parece adaptar-se, e por isso, pessoas mais ativas podem ter menores níveis de cortisol comparadas às pessoas sedentárias. Isso seria uma vantagem já que no repouso não precisamos de altos níveis de cortisol, e o treinamento físico pode nos ajudar a manter esse equilíbrio. Um estudo também mostrou que pessoas que reagem a um estresse psicológico de forma intensa também reagem da mesma forma ao estresse físico. Assim, podemos ver que o treino físico (ou estresse físico) pode ajudar-nos também na adaptação fisiológica aos estresse psicológicos do dia a dia. Nessa figura, pode-se ver diversas alterações no eixo HPA, as quais permitem a redução dos níveis basais de cortisol.



Para um atleta, níveis de cortisol altos, sobretudo contrabalanceados com hormônios anabólicos como a testosterona, podem representar uma situação de overtraining. Isso acontece porque o treinamento em demasia e sem recuperação pode promover uma desregulação no eixo HPA, especificamente nos receptores de cortisol, impedindo, ou dificultado, o sistema de feedback negativo. Consequentemente, um atleta em overtraining pode ter níveis altos de cortisol no repouso, representando um estado catabólico.

**  Para saber mais:
O efeito dos exercícios físicos nos níveis de cortisol em idosos:uma revisão sistemática. RBAFS 17 (4):314-320. 2012

Central mechanisms of HPA axis regulation by voluntary execise. Neuromol med (10):118-120. 200



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sistema endócrino_atuação


A atuação do sistema endócrino ocorre por três vias: parácrina, autócrina e endócrina. A atuação parácrina ocorre a partir de uma célula endócrina, a qual libera o hormônio diretamente para uma célula-alvo vizinha através de receptores.



O sistema endócrino também pode atuar de maneira autócrina, na qual o hormônio liberado pela célula age na nesta mesma célula.


E a última maneira de atuação do sistema endócrino é a endócrina, na qual o hormônio é liberado na corrente sanguínea até a ligação em seus receptores numa célula-alvo.

A maioria dos hormônios são hidrossolúveis agindo em receptores na membrana da célula, enquanto existem os lipossolúveis e penetram na membrana celular agindo dentro da célula. 
Os hormônios do tipo proteico são hidrossolúveis e agem em receptores na membrana celular com a ação de um segundo mensageiro que age dentro da célula. Já os hormônios derivados da tirosina, como os tireoideanos agem dentro da célula com receptores no citoplasma, e os esteróides agem dentro da céula, diretamente no núcleo.


Resumindo..


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Fisiologia endócrina_Tipos de hormônios: proteínas

       O terceiro tipo de classificação dos hormônios são os proteicos. Como outras proteínas, são formados no retículo endoplasmático das células e no aparelho de golgi ficam compactados em pequenas vesículas que permanecem no citoplasma da célula até um sinal específico, como um sinal nervoso ou outro sinal hormonal químico.
       Os hormônios proteicos são os liberados da hipófise anterior e posterior, pâncreas e paratireóide. Esses hormônios agem em receptores na membrana que ativam segundos mensageiros. Esses receptores tem uma porção no interior da célula e outra no exterior. Quando o hormônio se liga ao receptor na parte exterior, sua parte interior ativa uma enzima chamada adenil-ciclase, formando AMP cíclico coma quebra do ATP. O AMPc age, então, como um segundo mensageiro, desencadeando várias reações dentro da célula.
      Abaixo um exemplo da atuação de segundos mensageiros. O hormônio liga-se ao receptor na membrana celular, o qual está sinalizado como sinal molecular, a enzima adenil ciclase ativada, por sua vez, quebra o ATP e forma o AMP cícilico. O AMPc ativa uma outra enzima chamada proteína quinase A (PKA), que depois de ativada migra até o núcleo. Dentro do núcleo, a PKA ativa um fator de transcrição celular, chamado CREB ( cAMP response element-binding protein), permitindo que ele se ligue à sua proteína específica na região promotora do gene, estimulando a transcrição do DNA e formação de novas proteínas.


Outros hormônios ativam outra enzima, a fosfolipase c, e fosfolipídeos entram na célula e agem como segundos mensageiros.