quinta-feira, 11 de julho de 2013

Princípios básicos do treinamento

Já discutimos diversas adaptações fisiológicas decorrentes do treinamento físico. Entretanto, todas estas alterações irão acontecer de acordo com os princípios básicos do treinamento. Para toda e quaisquer prescrições de exercícios, tem que ser levada em consideração estes princípios. São eles:

Princípio da individualidade
É improvável que todos os indivíduos apresentem exatamente as mesmas adaptações a um determinado programa de treinamento, exceto gêmeos idênticos que possuem as mesmas características genética e PODEM apresentar as mesmas adaptações. Assim mesmo com programas de treinamento idênticos, existirão pessoas responsivas e outras não responsivas, tais respostas dependem, sobretudo, da genética. Assim, qualquer programa deve levar em consideração as necessidades e as capacidades dos indivíduos aos quais ele é destinado.

Princípio da especificidade
As adaptações do treinamento são totalmente específicas ao tipo, volume e intensidade do treinamento. O programa de treinamento deve forçar os sistemas fisiológicos que são fundamentais para o desempenho ideal num determinado esporte com o objetivo de se obter as adaptações específicas do treinamento.

Princípio do desuso
Ao parar o treinamento, o estado de condicionamento físico irá cair a um nível que supre somente as demandas do uso diário. Duas semanas sem treinamento já são capazes de produzir perdas significativas.

Princípio da sobrecarga progressiva
À medida que os músculos se tornam mais fortes, é necessária uma resistência proporcionalmente maior para estimular ganhos adicionais. Tal princípio vale para tanto para as adaptações ao treinamento de força quanto para o aeróbio.

Princípio do difícil/fácil
Este princípio nada mais é do que uma recuperação ativa no dia seguinte de um treinamento exaustivo, como um dia de treinamento mais fácil, com o objetivo de recuperação, impedindo o overtraining. Alguns livros de fisiologia não citam este princípio pois poderia ser um tipo de periodização, que é o próximo princípio.

Princípio da periodização
Na periodização, o volume e a intensidade do treinamento são variados no decorrer de um macrociclo, que, geralmente, é de um ano de treino. Um macrociclo é composto por dois ou mais mesociclos que são ditados pelas datas de competições importantes. Cada mesociclo é subdividido em períodos de preparação, de composição e transição.


** Fonte: Fisiologia do esporte e do exercício.  Wilmore & Costill

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Contração muscular



As miofribilas musculares são formadas principalmente por filamentos protéicos chamados de actina e miosina, sendo as actinas de filamentos finos e a miosina de filamentos grossos. Elas estão dispostas ao longo da fibra muscular e o conjunto delas é chamado de sarcômero. Cada sarcômero é formado por filamentos de actina e miosina e é composto por bandas. Note que em determinadas áreas o sarcômero é composto ora por actina ora por miosinas, e esta característica permite que os sarcômeros sejam separados por bandas. A banda H, como vista na figura abaixo é composta por miosinas, a banda A por actinas e miosinas e a banda I somente por actinas. O tamanho das bandas depende da situação do músculo, relaxado ou contraído.

A zona H somente realmente aparece quando o músculo está relaxado e afaixa I diminui consideravelmente.Na figura abaixo é possível ver uma outra proteína chamada de titina, a qual estabiliza os filamentos de miosina. Na figura, o filamento azul é o filamento de actina, o qual possui um sítio ativo no qual a cabeça de miosina pode se ligar. 

Cada filamento de actina é composto principalmente por três moléculas proteicas diferentes: actina, tropomiosina e troponina. Podemos comparar o filamento de actina com dois colares de pérolas torcidos entre eles. As pérolas são as moléculas de actina G, um "filamento" que passa por cima destas moléculas são as tropomiosinas e outras moléculas ligadas a este tubo são as troponinas.  Esse complexo troponina-tropomiosina "escondem" os sítios ativos da actina. Logo abaixo vemos o filamento de miosina com uma cabeça e um ATP. Para que haja a interação entre actina e miosina é necessário que os sítios ativos da actina estejam livres. Isso ocorre com a entrada de cálcio na célula, liberados dos retículo sarcoplasmáticos com o impulso nervoso. O cálcio liga-se a "parte C" da troponina (troponina C). Isso faz com que a tropomiosina se retire de cima dos sítios ativos da actina, ficando livres para se unirem à miosina. Ao se unirem, a molécula de ATP presente na cabeça da miosina é quebrada fornecendo energia para ligação da actina com miosina e pelo seu deslizamento, chamado de mecanismo das pontes cruzadas.
A cada entrada de ATP, a cabeça da miosina se desliga da actina e com a ativação permanete do cálcio na troponina, a miosina liga-se novamente a actina, quebrando a molécula de ATP, a qual continua fornecendo energia para o ligamento das miofibrilas e seu deslizamento. Este processo somente se cessa quando o cálcio retorna ao retículo sarcoplasmático, sob a ação de ATP na bomba de cálcio, quando o estímulo se cessa.

Curiosidades: No rigor mortis,conhecido como o enrijecimento dos cadáveres, o músculo é incapaz de se contrai ou relaxar. Isso ocorre devido a ausência de ATP, permitindo que a actina permaneça ligada à miosina.

*Fonte: Fisiologia do esporte e do exercício Wilmore & Costill; McArdle

             As figuras foram retiradas da internet, através de pesquisa no google.